Caminho Nascente

Cabeça Gorda < > Beja

Etapa 5

Esta é uma etapa curta e relativamente plana até Beja, o que nos permitirá dedicar algum tempo a descobrir a imensa riqueza patrimonial e cultural da capital do Baixo Alentejo e a recuperar do maior esforço dos dias anteriores. Estamos em plena planície das ricas terras vermelhas de Beja, sempre muito disputadas ao longo dos séculos pelos diversos povos que as ocuparam. Não se admire portanto se, ao longo do Caminho, encontrar alguma equipa de arqueólogos a desvendar mais algum vestígio de ocupação dos povos do Neolítico, islâmicos ou romanos, sempre com muitas histórias e lendas associadas.

Capital de distrito, Beja, conhecida por Pax Julia – pois foi aqui que Júlio César formalizou a paz com os Lusitanos no século i a.C. –, foi conquistada definitivamente entre 1232 e 1234, mas, nessa altura, o território da antiga diocese de Pax Julia estava repartido pelas dioceses de Évora e de Badajoz.

A primeira conquista ocorreu em 1162, mas só na primeira metade da centúria seguinte é que a cidade passou definitivamente para a posse portuguesa.

Os vestígios da Ordem de Santiago são bem visíveis nos azulejos com a vieira, até chegarmos à maior silhueta da cidade, a torre de menagem no Castelo de Beja, onde está instalado o Posto de Turismo. A estrutura original do castelo é muito antiga, mas as ampliações e restauros mais significativos datam do século xiv, pela mão dos comendadores e mestres da Ordem de Santiago, a quem o rei D. Fernando ordenou, em 1372, que realizassem obras.

A chegar a Beja

A chegar a Beja


Castelo de Beja

Castelo de Beja

Porta do Castelo de Beja

Porta do Castelo de Beja

A imponente torre de menagem, que ainda hoje singulariza a silhueta de Beja, porque se eleva a 40 metros de altura, data do final do reinado de D. Dinis e tem semelhanças com a também imponente torre de menagem do castelo de Estremoz, pela presença deadarve com matacães no terraço.A alcáçova de Beja possuía ainda duas portas e um perímetro pentagonal, no qual se construiu a Casa do Governador. O conjunto articulava-se com um sistema mais complexo de muralhas urbanas, providas de 40 cubelos e 7 portas, algumas das quais deveriam acompanhar o traçado da muralha tardo-romana (como se evidencia nas Portas de Avis).

Logo abaixo, no Largo São Tiago, está a Igreja de Santiago, que desde 1925 desempenha o papel de Sé Catedral.

Igreja de Santiago/Sé Catedral de Beja

Igreja de Santiago/Sé Catedral de Beja
A primeira menção à igreja de Santiago data do século XIV, desconhecendo-se se terá sido construída na sequência da conquista da cidade. O edifício foi muito modificado no final do século XVI, altura em que o mestre Jorge Rodrigues, ao serviço do arcebispo de Évora, reconstruiu o templo e lhe conferiu o aspeto atual, segundo modelo das igrejas-salão maneiristas alentejanas. A restauração da diocese ocorreu em 1770, tendo sido nomeado seu primeiro bispo Fr. Manuel do Cenáculo, que passou a residir na cidade a partir de 1777. Só em 1925 é que a antiga igreja de Santiago passou a desempenhar o papel de Sé Catedral, tendo-se então realizado muitas obras para adaptar a igreja às necessidades de uma catedral.

e também…

Ovibeja − Abril/Maio

Beja Romana – Maio

Festival Internacional de Banda Desenhada – Maio

Festival B – Junho

Palavras Andarilhas − Setembro

Patrimónios do Sul – Outubro

Ponto de Biodiversidade

Uma grande diversidade de répteis e anfíbios proporcionará a delícia dos herpetologistas, ocorrendo na área do Concelho de Beja algumas espécies de enorme interesse como a cobra-de-capuz (Macroprotodon cucculatus) ou a cobra-de-pernas-pentadáctila (Chalcites bedriagai). Embora em baixas densidades, será possível observar a rara osga-turca (Hemidactilus turcicus) e o cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis).Entre os anfíbios merecem destaque o sapinho-de-verrugas-verdes-ibérico (Pelodytes ibericus) e o sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasi). Existe ainda uma enorme diversidade de insetos, dado que o clima mediterrânico da região é propício a eclosões ao longo de praticamente todo o ano, oferecendo possibilidades infinitas para a fotografia de natureza, na disciplina de macrofotografia.

Saímos de Cabeça Gorda e desviamos para a direita, pela Rua Machado dos Santos, até ao seu final, ladeando então pela esquerda o edifício do armazém Laverda. Pouco depois, chegamos a um cruzamento com uma estrada asfaltada, atravessamo-la e seguimos em frente pelo estradão de terra batida.

Após cerca de 5 km, encontramos à direita a colina da Herdade dos Falcões. Junto àquela herdade, o estradão bifurca-se e temos de tomar atenção para seguir pelo caminho da direita. É certo que o Caminho está bem marcado mas, principalmente para quem vai mais rápido, de BTT, a tendência natural seria ade seguir pela esquerda… Continuamos 1 km a subir ligeiramente até ao final do estradão, num cruzamento, e aí descemos à esquerda e, logo abaixo, junto ao ribeiro, entramos numa passagem estreita à direita, no final da cerca. Estamos num “barranco” (palavra aqui comummente utilizada para designar os vales das pequenas ribeiras), denominado “Vale de Mértola”, ao longo do qual se estende mais uma infinita plantação de oliveiras perfeitamente alinhadas. Serpenteamos por entre a plantação, ao longo de 2 km, até chegarmos a campos lavrados de onde se avista Beja já em toda a sua magnitude.

Pouco depois, chegamos à capital de distrito, Beja, e seguimos a sinalização até à Rua de Beja, que atravessa o pequeno Bairro de São João. À direita, impossível perder o anfiteatro com o grande tanque, para abastecer as montadas, o lavadouro e diversas bicas, muito frequentadas por aguadeiros nos séculos XIX e XX.

De nome “Tanque dos Cavalos”, era o ponto de encontro de cavaleiros que, em celebração de São João, faziam uma romaria conhecida por “Cavalgada”. Proibida em 1835 devido à violência dos jogos equestres, incluía banquetes e música ao vivo.

O Caminho segue em frente pela Rua Bento Jesus Caraça, que só permite a continuação a pé ou de bicicleta. Entramos em Beja, cidade repleta de tradições e vida estudantil.

Escolha o seu local de pernoita entre as múltiplas opções disponíveis e, depois, aproveite para ir provar as delícias da região.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 CTT

 Banco / ATM

 Posto de Informação Turística de Beja

 Parque de Campismo Municipal de Beja

 Táxis

Entidades Municipais

 Junta de Freguesia da Salvada
+351 284 947 114

 União de Freguesias de Santiago
e S. João Batista
+351 284 313 100

 União de Freguesias de Salvador
e Santa Maria
+351 284 313 100

Saúde

 Hospital José Joaquim Fernandes
+351 284 310 200 / +351 284 322 134

 Unidade Local de saúde do Baixo Alentejo
+351 284 310 200

 Farmácia

Pontos de Interesse

 Castelo de Beja: Fortificação medieval que é o monumento mais emblemático da cidade. A sua Torre de Menagem, com quase 40 metros de altura, é considerada por alguns autores como a torre militar mais alta do país. Os vestígios da Ordem de Santiago são bem visíveis nos azulejos com a vieira, até chegarmos à maior silhueta da cidade, a torre de menagem no Castelo de Beja.

 Convento de Nossa Senhora da Conceição / Museu Regional de Beja: O Convento de Nossa Senhora da Conceição foi fundado por ordem dos primeiros duques de Beja, D. Fernando e D. Brites, pais da Rainha D. Leonor e do Rei D. Manuel, e foi um dos mais ricos conventos do sul do país. 

 Convento de São Francisco: É de fundação franciscana, remontando ao século XIII. A designada ‘Capela dos Túmulos’, que dá para o claustro, é considerada como um importante exemplar da arquitectura gótica em Portugal.

 Hospital da Misericórdia / Hospital de Nossa Senhora da Piedade: O Hospital da Misericórdia de Beja, do século XV e testemunha da transição do estilo gótico para o manuelino, vai ser reabilitado, através de um projeto que pretende salvaguardar e valorizar o edifício classificado como Monumento Nacional.

 Igreja da Misericórdia: Monumento Nacional. Erguida no século XVI a mando do Infante D. Luís, trata-se de um edifício único no panorama da arquitectura portuguesa. Trata-se de um edifício único no panorama da arquitectura nacional.

 Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Santa Maria da Salvada): Destacam-se os retábulos de talha tradicionais de Évora, realçando-se o conjunto do altar-mor com tribuna, trono eucarístico, sacrário e remate em sanefa.

 Igreja de Santo Amaro / Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja: Uma das igrejas mais antigas da cidade de Beja, acolhe um projeto museológico que integra uma importante coleção do período visigótico. A Igreja de Santo Amaro é uma das mais antigas da cidade de Beja, apontando muitos autores para uma fundação paleocristã deste templo.

 Igreja Santiago / Catedral de Beja: Igreja consagrada em 1590, construída em estilo maneirista, com obras posteriores de beneficiação. A sua origem remonta ao século XIV, tendo existido no local uma igreja dedicada a Santiago, construída para funcionar como sede paroquial de Santiago. 

 Passos de Beja

 Ribeira de Terges e Cobres

 Rio Guadiana

 Sítio Guadiana

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Voluntários de Beja: +351 284 311 660
Cruz Vermelha portuguesa: +351 284 322 484
Guarda Nacional Republicana: +351 284 310 770
PSP – Polícia de Segurança Pública: +351 284 313 150
Comando Distrital de Operações de Socorro de Beja − Protecção Civil: +351 284 313 050

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.