Caminho Nascente

S. Miguel de Machede < > Evoramonte

Etapa 10

No Castelo de Evoramonte, cujo perímetro muralhado data de inícios do século XIV, altura em que D. Dinis mandou que a vila fosse fortificada, o panorama é grandioso e severo, com um horizonte vastíssimo e imperturbável que nos deixa suspensos e inertes. Hoje, Evoramonte é sede da Rede Europeia de Sítios da Paz, uma rede de lugares da Europa onde foram assinados tratados de paz ou capitulações, representados por instituições públicas e privadas, com o intuito de trabalharem em conjunto para construir uma cultura de paz e para promover estes lugares com base no seu Património Histórico Comum – a PAZ.

No tempo de D. João I, o castelo passou para a posse de D. Nuno Álvares Pereira e, cerca de um século depois, construiu-se um formidável paço, marcado por quatro torreões cilíndricos que definem um perímetro quadrangular. A obra, de clara influência italiana, foi conduzida pelo arquiteto Francisco de Arruda, em 1531.

É de história que se faz a vila. Uma história visível na igreja de São Pedro de Fora que, como o nome indica, ficava (fica ainda) fora de Evoramonte. O templo é de origem medieval (como se comprova pela janela dupla de arco apontado que se rasga ainda na parede fundeira da capelamor), mas terá sido destruído parcialmente pelo terramoto de 1531, o que motivou uma reconstrução quase integral do conjunto.

A capela-mor estava em construção em 1577, tal como o retábulo-mor, um dos mais importantes retábulos maneiristas do Alentejo. No interior, destacam-se ainda os retábulos da capela do Santíssimo Nome de Jesus, de inícios do século XVII, e da de Santo António, este já plenamente barroco, de meados do século XVIII. A escola primária, que se adossa à fachada sul da igreja, foi construída em 1878.

A entrada no templo é antecedida por um pequeno alpendre em forma de templete, e a frontaria é coroada por uma imagem de São Pedro, provavelmente executada ainda na primeira metade do século XVI.

Castelo Evoramonte

Castelo Evoramonte

O que resta do pelourinho de Evoramonte é uma pálida imagem do que terá sido este elemento que evocava a autonomia do concelho. Ele foi partido em data incerta do século XIX, e as partes acabaram por se perder, à exceção de um plinto paralelepipédico onde assentava a coluna, e de alguns elementos de fuste, hoje integrados na torre sineira da igreja de Santa Maria. Evoramonte, foi agraciada com foral em 1248 e recebeu foral novo de D. Manuel I em 1516. Em 1855, com a sua integração no concelho de Estremoz, o pelourinho acabou por ser demolido e nunca mais reconstruído.

Ainda no perímetro urbano de Evoramonte destaca-se a igreja da Misericórdia, mais uma igreja alpendrada do património da vila. A origem do templo remonta a 1527, ano a partir do qual a Misericórdia local está documentada. No altar-mor, conserva-se uma pedra de ara que contém a data de 1575, anoaproximado para datar as obras deconstrução do templo. Ao quetudo indica, sempre foi uma Misericórdia de poucos recursos, que não dispunha de hospital noséculo XVIII. Ainda assim, foi objetode um recheio artístico relevante, como os azulejos atribuídos à oficina de Policarpo de Oliveira Bernardes e os dois conjuntos de bandeiras processionais, um de meados do século XVII e outro de meados da centúria seguinte.

Ermida de S. Sebastião

Ermida de S. Sebastião
A Ermida de São Sebastião, situada junto à estrada que liga a vila baixa ao Castelo de Evoramonte, evidencia uma construção coeva de quase todas as ermidas extramuros que se podem encontrar na freguesia. Com uma capela-mor quadrada e de cúpula hemisférica, é também esta o elemento mais antigo deste imóvel histórico. Situada próximo da Porta de São Sebastião do castelo, a ermida sofreu uma importante reforma em 1779. De destacar também, aqui, as pinturas murais e esgrafitados da abóbada da capela-mor onde, segundo Túlio Espanca, poderão figurar cruzes da Ordem de Malta, juntamente com outros motivos.

Contornamos a Praça da República pela direita, descendo até à viela empedrada da Rua dos Castelos. Pisado o ribeiro seco, acedemos a um descampado baldio e, pela frente, temos a estrada nacional (N254) em plataforma sobre-elevada, a qual temos de passar através de um túnel baixo que nos obriga a dobrar o costado.

Já do outro lado, prosseguimos pelo meio de rebanhos de ovelhas surpreendidas por ali nosverem, abrindo e fechando sucessivas portadas de arame entrançado, caminhando 2 km pelo meio do montado até se abrir perante nós um vasto plano de água. Um não, dois, pois à direitaencontramos também outra pequena barragem. Viramos à esquerda e, com muita sombra e ambiente fresco, seguimos pela margem da barragem maior até às Courelas da Toura.

Atravessamos belos vinhedos e campos lavrados até que nos surge de novo o asfalto, confluindo, de um lado, com o Paço da Quinta e, à direita, com a ermida de Nossa Senhora dos Remédios, rodeada de hortas caseiras e com um inusitado cruzeiro sobre um pedestal caiado mais junto à estrada.

Até Azaruja vamos andar mais 4,5 km, primeiro pela estrada até à tabuleta que indica Monte Branco à direita, depois pelo caminho de terra que nos conduz através de sucessivas pequenas propriedades agrícolas (courelas), até uma outra rua asfaltada, que nos leva à entrada de Azaruja pela Rua das Courelas, desembocando perto da Praça de Touros.

A 400 m para a esquerda encontra-se o Palácio dos Condes da Azarujinha, um imponente conjunto palaciano de arquitetura neoclássica, mas que não está visitável. Subimos até ao Largo da Igreja e daí, em estradão largo de macadame, seguimos a indicação da ermida de Nossa Senhora do Carmo, para a esquerda.

Antes deste, entramos à direita por um portão e prosseguimos montado adentro, cada vez mais cerrado, ao longo de 6 km sem vivalma. Depois de algumas portadas e alguns ribeiros secos, a paisagem abre e atravessamos pelo meio de galinhas e ovelhas, num pequeno monte degradado, guardado por alguns cães mais aguerridos e, felizmente, presos… O ambiente continua rural, ao longo de uma estreita rua asfaltada que acaba por entroncar com a estrada nacional N18, à entrada de Evoramonte, junto às bombas de gasolina.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 Banco / ATM

 Paróquia de Evoramonte
+351 266 467 203

 Parque de Campismo
+ 268 959 283 / 936 799 249

 Supermercado

Entidades Municipais

 Câmara Municipal de Estremoz
+351 268 339 200

 Junta de Freguesia de Evoramonte
+351 268 950 200

Saúde

 Centro de Saúde de Estremoz
+351 268 337 700

Pontos de Interesse

 Castelo de Evoramonte: A cerca medieval de Evoramonte foi mandada construir em 1306, no reinado de D. Dinis (r. 1279-1325). O perímetro amuralhado forma um triângulo isósceles cujo lado maior segue a linha NE-SO.

 Ermida de São Marcos: A capela-mor aparenta ser o elemento mais arcaico da ermida, com características bem marcadas do século XVI. Todo o resto indicia construção mais recente, talvez do século XVII ou XVIII. Junto ao templo realizava-se um mercado franco, ainda existente em 1932.

 Ermida de São Lourenço: Situada na Herdade da Pedra Alta, muito próximo do limite do concelho de Estremoz, era lugar de romaria ancestral. Aparenta ser obra de finais do século XVI ou já do século XVII, segundo a opinião de Túlio Espanca.

 Ermida Santa Margarida: A Ermida de Santa Margarida é uma das mais singelas e, ao mesmo tempo, curiosas construções deste tipo no concelho de Estremoz. Situada não muito distante da Porta do Sol do Castelo de Evoramonte, define-se por uma arquitectura bastante simples, baseada em formas geométricas.

 Ermida de Santo Estêvão: Ermida que aparenta origem medieval, pela tipologia construtiva e pelas impostas que sobressaem por baixo da cal do arco-mor de volta completa. Aliás, é apenas a capela-mor que existe, todo o corpo da nave está destruído, apenas revelando alguns vestígios da sua existência.

 Ermida de São Sebastião: A ermida de São Sebastião, junto à estrada que liga a vila baixa ao Castelo de Evoramonte, evidencia construção coeva de quase todas as ermidas extramuros da freguesia. 

 Ermida de São Brás: Ermida medieval fundada em data incerta, mas já existente em 1289. A tradição local refere que terá sido fundada pela Ordem do Templo em inícios do século XIII.

 Cisterna Pública: A Cisterna pública data do séc.XVI e foi construída com o intuito de prevenir uma queda demográfica nesta zona, pois é sabido que até essa data não havia nenhuma fonte de água potável intramuros. 

 Pelourinho de Evoramonte: Sito em frente dos antigos Paços do Concelho (Rua da Convenção), deste monumento subsiste unicamente o plinto paralelepípedo de mármore de cunhas simples. Observando a base onde a coluna assentava, verificamos que esta possui vestígios evidentes de quebra.

 Casa da Convenção de Evoramonte: Imóvel sito na antiga Rua Direita, hoje designada por Rua da Convenção por aqui estar a casa onde foi assinada uma Convenção entre os Absolutistas e os Liberais, a qual finalizou com a Guerra Civil em Portugal.

 Antiga Casa da Câmara: Imóvel sito na antiga Rua Direita, hoje designada por Rua da Convenção por aqui estar a casa onde foi assinada uma Convenção entre os Absolutistas e os Liberais, a qual finalizou com a Guerra Civil em Portugal.

 Celeiro Comum de Evoramonte: Este imóvel situa-se na Rua de Santa Maria. Depois de ter sido uma casa de habitação arrendada pela Junta de Freguesia de Evoramonte, e depois de ter sido um espaço onde trabalhava uma tecelã, é agora uma loja de produtos regionais, a única presente na zona.

 Igreja da Misericórdia de Evoramonte: Edifício aparentemente do século XVI, aparenta bastante simplicidade arquitectural, apenas com um pequeno alpendre que assenta em colunas clássicas simples de mármore. Também simples, mas de granito, é a porta principal, encimada por um óculo ovalado.

 Igreja de S. Pedro (Evoramonte): Conhecida como São Pedro de Fora, a primeira referência à sua existência, segundo Túlio Espanca, data de 1320. Uma outra referência conhecida é de 1342, altura em que o prelado de Évora, D. Martinho, cria dois cargos de Porcionários para Evoramonte.

 Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Evoramonte): A primeira referência conhecida à Igreja de Santa Maria do Castelo data de 1271, altura em que é estabelecido entre D. Afonso III e o Bispo de Évora um acordo relativo à posse de algumas igrejas alentejanas, encontrando-se esta sob a tutela da Sé de Évora. Foi a primeira igreja da vila e é provável que já existisse antes desta data.

 Igreja de Santa Rita de Cássia: Um dos modelos tradicionais da arquitectura de Seiscentos e Setecentos, foi fundado pela Ordem da Descalcez de Santo Agostinho de Estremoz. Possuía área de repouso, residência para caseiros, adega, cavalariça e horta.

 Chafariz de El-Rei / Chafariz de Santo Estêvão (Evoramonte)

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Voluntários de Estremoz +351 268 337 360
Proteção Civil de Estremoz +351 268 080 250
GNR – Posto Territorial de Estremoz +351 268 322 804
Polícia de Segurança Pública de Estremoz +351 268 338 470

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.