Caminho Central

Santiago do Cacém < > Roncão

Etapa 8

Roncão

Roncão

Hoje pertencente à freguesia de S. Francisco da Serra, a formação da aldeia de Roncão, como de toda a freguesia, remonta ao período medieval e deve-se à Ordem de Santiago de Espada.

Igreja de São Bartolomeu da Serra

Igreja de São Bartolomeu da Serra

Ali bem perto encontra-se a igreja de São Bartolomeu da Serra, construída no século XIV, muito restaurada em finais do século XVIII, como atesta uma inscrição gravada num fuste de coluna. Nessa altura, o pároco local ordenou a feitura de uma nova capela-mor, novo retábulo e uma torre sineira. A origem do templo deve coincidir com o reinado de D. Pedro I, monarca que teve São Bartolomeu por patrono e que esteve ligado à construção do castelo de Sines (em cujo município existe também uma igreja de São Bartolomeu). Do templo ainda subsiste a imagem gótica do apóstolo Bartolomeu, em pedra calcária provavelmente da região de Évora.

Aqui se fez sepultar, em campa rasa, André Luís Beltrão, frei de Santiago, que faleceu em 1649. O cruzeiro do adro preserva ainda uma vieira, símbolo da tutela desta localidade pela Ordem de Santiago.Digna de visita é também a estação ferroviária de São Bartolomeu da Serra.

Desde o século xix que se projetou a construção de um ramal entre Sines e a linha do sul (que percorria o vale do rio Sado). As obras arrancaram em 1919, mas o primeiro troço só foi concluído em 1927, ano em que se inaugurou a estação de São Bartolomeu da Serra. A linha férrea chegou a Santiago do Cacém em 1934 e a Sines dois anos depois. A estação foi desativada para passageiros em 1990.

Cruz de João Mendes

Cruz de João Mendes
Terra de produção de cortiça, a localidade implanta-se na estrada que ligava Santiago do Cacém e Grândola, sensivelmente a meio do caminho. É possível que a sua fundação esteja associada a uma cruz de caminho, numa variante que se dirigia ao ponto mais elevado da serra de Grândola que prescindia da passagem pela localidade vizinha de São Francisco da Serra.

O percurso proposto pelo GR11-E9 entre Santiago do Cacém e Grândola assenta num itinerário com uma extensão de cerca de 40 km, quase sempre percorrido sobre estradão e sem quaisquer apoios intermédios até Santa Margarida da Serra, eventualmente aceitável para quem viaja em BTT mas desaconselhável para os caminhantes. Esta é, portanto, uma etapa que, começando por ser de “recurso” para os viajantes a pé, acaba por ser francamente mais interessante do ponto de vista paisagístico e das experiências e conforto que proporciona.

Iniciada a etapa frente ao edifício da Câmara Municipal, dirigimo-nos para a saída da cidade passando o Largo 25 de Abril e subindo a Rua de Lisboa até a outra rotunda. Nesta, encontramos de frente um edifício amarelo com a particularidade de ser atravessado por um túnel que evidencia um caminho pedonal, o qual descobrimos ser a antiga Estrada Real que dá acesso ao alto da Ermida de S. Sebastião. Admiramos a vista por breves instantes e descemos de novo ao Caminho para descobrir “Delícias para Ti”!… Neste atelier de bolos e bolachas artesanais, a artesã Cristina Gomes produz o famoso “Bolo de Santiago”.

Mais frente, percorremos um breve troço de 400 metros na movimentada estrada nacional N120, da qual saímos para a direita no único caminho de terra, com a serra de Grândola e do Cercal no horizonte. Após 1,5 km, encontramos um marco geodésico e viramos à esquerda para uma descida acentuada até ao vale apertado de um ribeiro, em cujas margens vamos seguir outros 1,5 km. É uma zona de montado cerradíssimo, muito fresco e de grande beleza natural. Acabaremos por desviar-nos para a esquerda, subindo o morro e alcançando um estradão de macadame, que nos vai levar por cumeadas e vales de agradável ambiência rural até à linha ferroviária. Atravessando-a na passagem pedonal existente, rapidamente alcançamos a aldeia de S. Bartolomeu da Serra pela Avenida 25 de Abril. À direita, encontramos a bonita estação de comboio de São Bartolomeu da Serra, de tons amarelos e decorada com azulejos, de 1932. Em S. Bartolomeu reabastecemos as energias, com duas mercearias e dois cafés para escolha, e aproveitamos para visitar a igreja de São Bartolomeu da Serra, onde podemos ver uma imagem do apóstolo São Bartolomeu. Convém relembrar que, até final da etapa no Roncão (quase 11 km), não encontraremos qualquer outro ponto de apoio no Caminho, salvo para alguma emergência no Hotel Rural do Monte da Ameira.

Esta aldeia transforma-se e ganha animação todos os anos em meados de julho quando organiza o Festival Nacional de Folclore, com desfiles etnográficos e participações de diversos grupos corais e ranchos portugueses, entre os quais o seu próprio Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia.

Seguimos para norte e saímos rapidamente da estrada nacional N121, virando à esquerda pelo caminho de terra batida, junto a uma casa branca com interessante chaminé de estilo “algarvio”. Passamos uma unidade de turismo rural e cruzamos com um largo estradão que vamos acompanhar para a esquerda, descendo até ao bonito vale da ribeira de Corona. Passada a ribeira por ponte recente, viramos à esquerda e continuamos a acompanhá-la até sermos obrigados a passá-la a vau, após o que, na bifurcação, escolhemos o caminho da direita.

Pelo meio de montes abandonados e apertados vales frondosos, mantemo-nos pelo trilho assinalado, numa total imersão na natureza, até chegarmos à aldeia do Roncão, entroncando com a estrada nacional N120. Viramos à esquerda, caminhando alguns metros pela estrada, e terminamos a etapa em frente ao Solar dos Leitões. Nesta casa, como em toda a aldeia, o leitão assado é prato central, e a dormida faz-se em algum dos alojamentos locais existentes, caso não tenha preferido ficar no meio do campo a usufruir das excelentes condições do Monte da Ameira.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Pontos de Interesse

 Igreja de São Bartolomeu: A origem do templo deve coincidir com o reinado de D. Pedro I, monarca que teve São Bartolomeu por patrono e que esteve ligado à construção do castelo de Sines. Aqui se fez sepultar, em campa rasa, André Luís Beltrão, frei de Santiago, que faleceu em 1649. O cruzeiro do adro preserva ainda uma vieira, símbolo da tutela desta localidade pela Ordem de Santiago.

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Voluntários Santiago do Cacém:+351 269 810 490
GNR – Destacamento de Santiago do Cacém:+351 269 249 200

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.