Caminho Central

Benavente < > Muge

Etapa 16

O Caminho até Muge passa por Salvaterra de Magos onde, entre as obrigações dos novos moradores de Salvaterra de Magos, agraciados com foral por D. Dinis em 1295, estava a de edificarem uma igreja matriz.

O edifício foi objeto de várias campanhas modernizadoras, uma das quais no século XVI, época a que pertence a pia batismal. Danificado no terramoto de 1755, o projeto de reconstrução da igreja matriz de São Paulo integrou revestimentos azulejares de oficinas lisboetas e telas do pintor Bento Coelho da Silveira. É uma igreja monumental, cuja fachada foi concebida para conter duas torres nunca construídas. De 1825 é o órgão de tubos, da autoria do mais célebre construtor de órgãos da altura, António Machado e Cerveira.

Aqui é possível encontrar também o palácio real, de origem medieval, cujo paço ficou conhecido por ter albergado a cerimónia de assinatura do contrato de casamento entre a infanta D. Beatriz, filha de D. Fernando I, e o rei D. João I de Castela, o que precipitou a revolução de 1383-85. O conjunto foi reedificado nos inícios do século XVI pelo infante D. Luís, a quem se atribui o patrocínio da capela palatina renascentista, e ampliado por Filipe I e D. João V. Bastante danificado por incêndios e demolições no século XIX, o que resta é uma pálida imagem do esplendor que o palácio teve, sobretudo no auge do tempo barroco, altura em que dispôs de casa da ópera e aqui se realizaram numerosos espetáculos.

Muge foi um importante local durante a época romana, sobretudo pela proximidade do porto fluvial do Sabugueiro, à qual estava associada uma uilla.

A ponte é composta por um grande arco de volta perfeita, a que se associam outros dois arcos de descarga, provavelmente construídos na época medieval. Era um importante ponto de passagem para quem se dirigia à capital da província, Scallabis (Santarém).

Foi no Paço de Muge que o Rei D. Manuel, em 1496, decretou o édito de expulsão das minorias judaicas e muçulmanas. Uma localidade que pertenceu aos Duques de Cadaval, que nela construíram o seu palácio. Aqui se encontra também a igreja matriz, construída no final do século XIII pelo pároco de Salvaterra de Magos, a qual esteve durante séculos na posse do mosteiro de Alcobaça.

O conjunto evoluiu para um templo barroco, tendo a Câmara local obrigado o mosteiro a reconstruir o edifício a partir de 1712, por este ameaçar ruína. É um templo de assinalável impacto urbanístico, com ampla e monumental fachada, a que corresponde um interior de nave única com duas capelas laterais, onde sobressaem os retábulos de talha joanina.

Escaroupim

Escaroupim – Salvaterra de Magos 
Aldeia piscatória por excelência, foi formada nos anos 30 do século xx por pescadores procedentes da praia da Vieira na Marinha Grande, que aproveitavam o inverno para transferir a atividade pesqueira para o rio Tejo. Com utilização sazonal, a aldeia é composta por construções rudimentares em madeira e assentes em estacaria sobre o rio, o que lhes garantia a proteção contra as cheias. Para além destes aspetos construtivos, o que singulariza a aldeia é a cor garrida dos barcos e das casas.

e também…

Festas em Honra do Mártir São Sebastião − Agosto

Olaria de Muge

Escavações arqueológicas descobriram vestígios de um forno de cerâmica romano, na freguesia de Muge.

Desde esse período até aos dias de hoje, a roda do oleiro não parou. Nas olarias de Muge tudo é exercido como no passado: as mãos do oleiro amassam o barro, que depois de moldado, é seco e cozido num forno de lenha. Por vezes, os oleiros pintam as peças de olaria, mas o mais usual em Muge é o barro vidrado. Da roda do oleiro surgem peças como as bilhas para a água, vasos, tachos, jarros, potes. Apesar da sua antiguidade, a olaria de Muge continua ainda a desenvolver-se graças ao esforço e empenho dos oleiros, que vão contribuindo com a sua arte para a manutenção da tradição do trabalho com o barro.

Voltamos à Praça do Município para iniciar a etapa de hoje e seguimos em direção ao rio pela Rua Dr. Ruy Azevedo, ao longo do aprazível Jardim da Fateixa, na margem do rio Sorraia. Atravessamos o rio na ponte pedonal branca, à direita, e continuamos pelo trilho na faixa de separação entre os terrenos cultivados. Passamos sob o viaduto da estrada nacional N118, e mantemo-nos no caminho entre os campos.

Continuando a fugir à movimentada e estreita estrada N118, embrenhamo-nos pelos campos laterais, que pode ocorrer estarem submersos obrigando-nos a subir à estrada. Em qualquer caso, 1 km à frente teremos de fazê-lo, em perigoso cruzamento, seguindo pela esquerda pela estrada secundária com destino a Salvaterra de Magos. Se fossemos para a direita iríamos encontrar a Aldeia do Peixe, a cerca de 5 km à beira do Sorraia, local com registos da cultura dos pescadores avieiros.

No final da Estrada do Convento entramos na vila pela Rua do Tejo onde, logo à entrada, se nos apresenta a Falcoaria Real. Se tiver tempo, assista a uma demonstração da arte da falcoaria, nas sessões que se realizam com regularidade. Continuando pela Rua do Tejo, observamos uma pequena “marina” e, à direita encontramos ainda a Capela Real, do século XVII, com obras no período rococó.

Passamos a ponte sobre a Vala Real, que servia para transporte de mercadorias e para a embarcação da família real, aquando das suas visitas a esta localidade. Em breve chegamos ao entroncamento que nos indica para a esquerda a pitoresca aldeia de Escaroupim. Aqui fazemos uma pausa para conhecer o museu, o porto palafítico e as antigas casas avieiras, conservadas no seu estado original para turista ver.

Deixamos Escaroupim ainda pela Rua do Tejo, a qual se bifurca pouco à frente. Seguimos pelo estradão da esquerda que nos leva ao parque de campismo e continua em caminho aprazível e fresco ao longo de 4 km pela Mata do Escaroupim até a uma passagem de nível. Pouco depois chegamos a um cruzamento onde, virando à esquerda, nos podemos dirigir à Ponte Rainha D. Amélia sobre o Tejo e, daqui, entroncar com o Caminho de Santiago que procede de Lisboa, pela margem norte do rio Tejo.

Não sendo esta a nossa opção, seguimos em frente para a entrada de Muge, procurando a rua da Junta de Freguesia, onde nos apressamos a pedir indicações sobre os alojamentos disponíveis, que não abundam por aqui. Ao explorar a vila, podemos encontrar a norte a ponte romana de Muge, com 400 m de extensão, e que servia parte da via romana que ligava o Alentejo a Santarém.

Antes de o dia terminar, repousamos na Casa Cadaval, uma herdade com 400 anos de história.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 CTT

 Banco/ATM

 Parque de Campismo de Escaroupim
+351 263 595 484

Entidades Municipais

 Câmara Municipal de Salvaterra de Magos
+351 243 509 500 

 Junta de Freguesia de Muge
+351 243 581 130

Pontos de Interesse

 Igreja de Nossa Senhora da Conceição: Tem como padroeira Nª Sra. da Conceição, a igreja foi construída em 1297, por Afonso Pais, pároco de Salvaterra, por ordem do bispo de Lisboa. Isto deve-se ao facto de cada vez mais colonos afluirem à aldeia de Muge e, por não terem igreja paroquial, escusavam-se ao pagamento dos dízimos.

 Capela de Nossa Senhora da Glória: Na Casa Cadaval encontra uma capela dedicada a N. Sr.ª da Glória, onde se destaca uma imagem desta Santa em azulejos, datados de finais do séc. XVIII.

 Ponte Romana de Muge: Muge foi um importante local durante a época romana, sobretudo pela proximidade do porto fluvial do Sabugueiro, à qual estava associada uma uilla. A ponte é composta por um grande arco de volta perfeita, a que se associam outros dois arcos de descarga, provavelmente construídos na época medieval.

 Palácio dos Duques Casa Cadaval:A Casa Cadaval, foi uma das instituições mais importantes, após o período da Restauração. Pertence à família Álvares Pereira de Mello há quase quatro séculos. Está situada na margem esquerda do rio Tejo.

 Concheiros de Muge: Conjunto de três núcleos arqueológicos, contam-se entre as mais importantes estações arqueológicas da pré-história portuguesa e mundial. Os concheiros de Muge apresenta as maiores colecções osteológicas do período Mesolítico em toda a Europa.

 Ponte Ferroviária Rainha D. Amélia: A Ponte Rainha D. Amélia é considerada uma obra de engenharia notável, que foi inaugurada a 14 de janeiro de 1904 pelo Rei D. Carlos. Esta ponte foi construída em Porto de Muge (Valada) para fazer a ligação ferroviária e pedonal entre as duas margens do rio Tejo.

 Olaria de Muge: Escavações arqueológicas descobriram vestígios de um forno de cerâmica romano, na freguesia de Muge.

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.