Caminho Central

Branca < > Santo Estevão

Etapa 14

Santo Estevão é uma freguesia rural situada a 16 quilómetros de Benavente (sede do concelho). Com uma área total de 62,41 km2e cerca de 2000 habitantes, de acordo com os Censos de 2011, o território, além do aglomerado urbano, compreende muitas áreas de cultivo e pastagem e situa-se na margem direita do rio Almansor. A 5 quilómetros da aldeia encontra-se o lugar de Foros de Almada, parte integrante da freguesia.

Conhecida ao longo dos anos não apenas pelo topónimo atual, mas também por Santo Estevão da Ribeira e Aldeia de Santo Estevão da Ribeira de Canha, deve estes nomes à proximidade do rio Almansor, também designado, neste ponto de passagem, por ribeira de Santo Estevão ou Ribeira de Canha.

Diversos achados arqueológicos encontrados na área delimitada pela freguesia apontam para a presença humana nesta região desde a época pré-histórica. No entanto, a referência mais antiga a este pequeno núcleo urbano remonta ao século XIV:

O Inventário dos bens móveis e imóveis da Ordem de Avis, de 1364, faz referência às herdades da Ribeira de Canha, entre as quais se nomeia a seguinte: “Item outra coirela acima de San Stevã que parte cõ Roi Gil e cõ Domingos Bugalho e seus ereos”. Portanto, já neste ano existia uma ermida que tinha Santo Estevão por orago, embora sem certezas sobre se possuía “Cura”. No texto do tombo da mesma Ordem, feito em 1561, conclui–se que, por esta altura, a ermida já possuía cura próprio e tinha “dezoito fregueses”.

Santo Estevão é o orago da freguesia que adotou o mesmo topónimo. Estevão, diácono judeu que falava grego, foi o primeiro mártir cristão. Excelente pregador, motivou grande oposição e hostilidade, acabando por ser denunciado e acusado de blasfémia no Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém). Foi levado para fora da cidade e apedrejado até à morte.

A aldeia

Zona de charneca, constituída por montes e vales, algumas quintas e um manto florestal invejável e rico em montado de sobro. Mas é na sua população que reside a maior riqueza. Gente simples, honesta e trabalhadora que, durante gerações, se dedicou ao trabalho no campo, por conta de consideráveis explorações agrícolas e pecuárias existentes na região. Destacam-se as herdades do Monte do Zambujeiro, do Monte dos Condes, do Monte de Almada, da Mata do Duque (Cadaval), do Monte da Quinta e do Monte de Cabo do Termo. Rica em terras de cultivo e de pastagens, as principais produções agrícolas eram o trigo e o arroz, e nas explorações pecuárias dominava o gado bovino, cavalar e suíno.

A Casa Cadaval, Manuel Luís Anastácio e Anacleto de Moura ocupava-se da criação de gado bravo, também usado nos trabalhos agrícolas.

No início da década de 60 do século XX, a Equipagem de Santo Huberto, vocacionada para atividades hípicas, instala-se na aldeia, com particular interesse na caçada à raposa a cavalo e com matilhas de cães treinados. As ótimas condições naturais para o exercício deste desporto trouxeram à região muitos praticantes, nacionais e estrangeiros, amantes da modalidade.

Nos últimos tempos, Santo Estevão tem registado um desenvolvimento notável graças ao loteamento de diversas herdades e à construção de várias e modernas acessibilidades na região. Novos habitantes com elevado poder de compra, especialmente vindos da região de Lisboa, optam pela aquisição de lotes para construção de segunda habitação. Como complemento, surgem duas importantes infraestruturas (Vila Nova de Santo Estevão e Ribagolfe) para a prática de golfe e, desenvolve-se o mercado de prestação de serviços com o aparecimento de empresas nas áreas da jardinagem, manutenção de equipamentos, limpezas e segurança.

A aldeia é rica em biodiversidade e destaca-se pela abundância de cegonhas. Está integrada (juntamente com as freguesias de Benavente e Samora Correia) na Reserva Natural do Estuário do Tejo, uma das zonas húmidas de excelência para o estacionamento de aves migratórias da Europa.

Ao longo dos tempos, as gentes de Santo Estevão foram sempre amantes de festas, quer religiosas quer profanas. Destacam-se as procissões em honra de Nossa Senhora da Conceição e de Santo Estevão, padroeiro da freguesia. O calendário anual é generoso em atividades culturais, desportivas e recreativas, que envolvem não só os seus habitantes, como muitos visitantes das localidades mais próximas.

A Sociedade Filarmónica de Santo Estevão foi fundada no século XIX e formou várias gerações de músicos de bandas, e ainda hoje prossegue com a sua atividade.

A freguesia é dotada de vários equipamentos coletivos, nomeadamente: casa do povo, centro de dia para idosos com apoio domiciliário, pavilhão gimnodesportivo, creche, ensino pré-escolar e 1.º Ciclo, entre outros.

Igreja paroquial

Sobranceira ao rio Almansor (também conhecido por ribeira de Santo Estêvão), a igreja paroquial deve ter origem no século xiv, altura em que a localidade aparece mencionada pela primeira vez. No século XVIII, o pároco era membro da Ordem de São Bento de Avis, instituição que detinha direitos sobre a localidade desde, pelo menos, o século XVI. A igreja é um templo simples, de nave única, que evoca a antiguidade e relevância da localidade neste trecho interior do território.

e também…

Festas de Santo Estêvão − Agosto

Zona de Protecção Especial para a Avifauna da Ribeira de Santo Estevão

Abrangendo todo o vale aluvionar da ribeira, que inclui o Sítio de Interesse Ornitológico da Baixa da Ribeira de Santo Estevão, esta é uma zona de solos aluviais, ocupados por cultura de arroz, rede de canais marginados por tábua, zona envolvente de montado de sobro, associado a pinhal manso. Subsiste, ainda, uma pequena área palustrina do tipo paul, composta por mancha densa de salgueiros e tábua. Biótopo vulnerável (paul), importante área de alimentação para Limosa limosa durante o inverno (arrozais).

Nesta charneca em Coruche estão importantes propriedades agrícolas, e é aqui que se reclama com legitimidade a origem de uma versão do prato mais português, o Cozido à Portuguesa. Local de produção de diversas couves, enchidos e legumes, estariam cumpridas as condições ideias para a confeção deste maravilhoso prato, sem esquecer no fim o típico Arroz Doce.

Pelo asfalto da Estrada dos Alemães, dirigimo-nos para a saída de Branca. Após 3,5 km, a estrada bifurca-se e passa agora a ser em macadame arenoso, que seguimos pela via da direita. Ao longo dos próximos 7 km, sucedem-se grandes herdades cercadas, de ambos os lados do estradão, com extensas explorações silvícolas de reduzido interesse paisagístico, pelo que o percurso pode tornar-se algo fastidioso, mas a prevenção dos fogos e a segurança dos viajantes a isso obriga.

A 500 m de encontrarmos a estrada N119, viramos à esquerda e seguimos, ainda por macadame, até entrarmos na Mata do Duque, onde se instalaram luxuosas vivendas. No fim do caminho, viramos à direita para o alcatrão, e mais à frente cruzamos a N119, junto ao leito do rio Almansor. Pela charneca de cultivo e pastagens, depois de 1,3 km, deparamos com os cavalos cruzados com raça Lusitana, da Herdade do Zambujeiro. No centro de treinos hípico da Coudelaria António Guerreiro, decorrem aulas de atrelagem com cavalos desportivos.

Seguimos 2,7 km até ao centro da freguesia de Santo Estevão, junto ao mercado municipal. O nome desta localidade tem origem no primeiro mártir cristão, o diácono judeu Estevão. De opiniões convictas e por tentativas de conversão ao cristianismo, foi acusado de blasfémia e condenado a uma morte violenta, à saída da aldeia. Repleta de história e com vestígios de antigas fortificações defensivas, possivelmente da época romana, esta aldeia viria a pertencer à Ordem de Avis, no século XVI. Como habitualmente, dirigimo-nos à junta de freguesia local onde recolhemos as informações necessárias para a nossa estadia.

Dicas

Leve sempre água, mantimentos,protetor solar, chapéu, impermeável, calçado confortável e um mapa.

Apoio

 CTT

 Banco/ATM

 Supermercado

Onde Dormir

 Monte de São José

 Hospedaria

 Monte dos Duques Hotel

Entidades Municipais

 Junta de Freguesia de Santo Estevão
+351 263 949 216

Saúde

 Farmácia

Pontos de Interesse

 Igreja de Santo Estevão: Sobranceira ao rio Almansor (também conhecido por ribeira de Santo Estêvão), a igreja paroquial deve ter origem no século xiv, altura em que a localidade aparece mencionada pela primeira vez. No século xviii, o pároco era membro da Ordem de São Bento de Avis, instituição que detinha direitos sobre a localidade desde, pelo menos, o século xvi.

 Aldeia de Santo Estêvão: É uma freguesia rural situada a 16 quilómetros de Benavente. O território além do aglomerado urbano, compreende muitas áreas de cultivo e pastagem e situa-se na margem direita ro rio Almansor.

 Zona de Protecção Especial para a Avifauna da Ribeira de Santo Estevão: Abrangendo todo o vale aluvionar da ribeira, que inclui o Sítio de Interesse Ornitológico da Baixa da Ribeira de Santo Estêvão, esta é uma zona de solos aluviais, ocupados por cultura de arroz, rede de canais marginados por tábua, zona envolvente de montado de sobro, associado a pinhal manso

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112
Incêndios Florestais: 117
Bombeiros Voluntários de Benavente (Secção de Santo Estevão): +351 263 516 122

CÓDIGO DE CONDUTA

Não saia do percurso marcado e sinalizado. Não se aproxime de precipícios. Preste atenção às marcações. Não deite lixo orgânico ou inorgânico durante o percurso, leve um saco para esse efeito. Se vir lixo, recolha-o, ajude-nos a manter os Caminhos limpos. Cuidado com o gado, não incomode os animais. Deixe a Natureza intacta. Não recolha plantas, animais ou rochas. Evite fazer ruído. Respeite a propriedade privada, feche portões e cancelas. Não faça lume e tenha cuidado com os cigarros. Não vandalize a sinalização dos Caminhos.